Author: ISAAC SOUZA on
sábado, 6 de março de 2010
Acabo de ler sobre a morte de Dener Pacheco, jovem, 25 anos, com um futuro brilhante pela frente. Morreu inesperadamente; sentia dores, foi internado e faleceu, foi rápido, veemente e sem trombetas.
Daqui a pouco já fazem 24 horas, e a vida continua, os familiares e amigos mais próximos choram, mas a luta diária prossegue aqui na Terra, não adianta se lamentar, não há retorno...
É, mais uma morte.... No Reveillón meu professor de matemática, semana passada a avó de uma amiga, anos atrás meu pai, meu avô, meus antepassados. Amanhã será você, será ele, será eu.
Ás vezes é difícil e melancólico dizer uma coisa assim, mas não temos escolha, não somos sementes, não brotamos, não somos Fênix. Somos Seres Humanos, e como tal, somos mortais, pecaminosos e superáveis.
Como já dito, a morte é esperada, pode demorar décadas, mas chega. Isso é imutável, não há novidades. O que me atrai é a postura que as pessoas tem quando alguém morre. Vagabundos, capetas e bandidos viram santos, tudo parece diferente, o passado se transforma à medida da descida do caixão. "Aquele traste" torna-se "aquele bom e amável senhor", e vice-versa.
Outra questão interessante é como grandes homens da nossa história entendem a morte:
"A morte do homem começa no instante em que ele desiste de aprender."
(Albino Teixeira)
"Nesse mundo, nada é certo alem da morte e dos impostos."
(Benjamin Franklin)
"O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte."
(Friedrich Nietzsche)
Meu ponto de vista se diferencia neste momento, ele resume-se no homem enquanto vivo (depois de morto, só é digno de reflexão), enquanto ainda tem a capacidade de sonhar e realizar. Depois que morremos, as pessoas falam que poderíamos ter feito grandes coisas, realizado grandes obras e mudado parte do mundo, falamos isso, eu falo isso. Mas nunca pensamos ou tentamos trazer esta experiência às nossas vidas, e muito menos chegamos à conclusão de que o nosso dia chegará.
É neste ponto que eu me situo neste momento: estamos respirando e realizando coisas fúteis e inadmisíveis todos os dias, brigamos, discutimos, cortamos laços de amizade, somos falsos e mentirosos, arrogantes e prepotentes, agimos como se fôssemos o quinto elemento da sociedade, e embora errados, não aceitamos correções. Por instinto maltratamos a natureza e destruímos nosso hábitat, vivemos à custa de máscaras e falsas identidades e nos sacrificamos para fazer parte de um grupo social que não nos pertence, somos regidos, usados e abusados pela mídia, e por aquilo que uma minoria rica e dominante julga correto, não expressamos nossos sentimentos por medo de contestações e ainda sofremos pela falta de objetivo. Passamos a mocidade sonhando e "curtindo", male-male traçamos nossos destinos, construímos uma porcaria de futuro e muitas vezes nos sentimos felizes com tamanha desgraça. Chegamos à velhice com complexos de saudade e desilusão e partimos desta vida rodeados de choro e poemas.
E nossos descendentes continuam vivos, para darem continuidade a este círculo de vida tão deprimente.
O dia de hoje está aí, seu livre arbítrio está em auge e suas decisões são parte da sua história -a outra parte cabe ás consequências- você está sentado em frente a um computador e quem sabe, pensando na morte da bezerra enquanto lê este texto.
Mas ouça-me amigo: ao se levantar desta comodidade, não seja a mesma pessoa previsível de antes, dê um novo sabor à sua biografia e aprenda a dar valor às pessoas que te amam e necessitam de você para sobreviver. Mas corra, compense o tempo perdido, os segundos não se submetem às nossas ações.
Viva e seja feliz, um dia compreenderá que o resto é ILUSÃO !!
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